Quando vivi em Espanha, numa conversa com um culé pouco ou nada irredutível disse:
Eu não gosto de futebol,nunca gostei e acho que com esta idade já não me nasce o amor ao chamado "desporto rei". pode ser o mais excitante dos desportos,o que mais multidões arrasta mas também é de certeza o que mais dissabores causa,mais brigas provoca e mais violência cria! ora aqui nesta zona da península o futebol ocupa bastante tempo nos noticiários o que a mim me leva a trocar imediatamente de canal porque prezo muito a minha sanidade mental. mas de vez em quando, meu esposo é acometido de um súbito interesse futebolístico e lá tenho de ouvir os comentários sempre altamente eloquentes das gentes futeboleiras. de todos os discursos recorrentes no mundo do futebol aquele que eu mais gosto é o dos perdedores que conseguem fazer ressaltar as suas qualidades e fazem-no tão bem que no final de tanta conversa quase nos convencem que eles é que ganharam. afirmações do género: "tivemos mais posse de bola","rematámos mais vezes à baliza adversária","tivemos pouca sorte" e o famosíssimo"a culpa foi do árbitro". ora eu que sempre fui aluna fraca a educação física ainda consegui aprender qualquer coisa. aprendi por exemplo que quando se joga futebol, para ganhar tem se marcar mais golos do que a equipa adversária. ou seja, ter mais posse de bola não dá pontos, rematar à baliza do adversário também não e a falta de sorte ainda não é desculpa para repetir jogos em dias em que os astros estão em posição mais favorável. no futebol ou se marca golo ou não se marca. o quase não vale nada,não se pode ir marcando por aproximação. não há meio termo num jogo, ou se ganha ou se perde. quase ganhar não vale de nada. e é assim em quase tudo na vida. imaginem as eleições para o governo. o partido que fica em segundo lugar não tem direito a governar uma vez por mês. ou na escola, por mais que os alunos insistam com os pais que um nove é quase um dez, a verdade é que um nove é um nove. com nove chumba-se e com dez passa-se. em muitas coisas na vida o quase não é suficiente.
No primeiro ano Mourinho não vai ganhar nada (pois enganei-me ganhou a taça do rei) e no segundo vai ganhar tudo!
Parece que a liga já está quase e ainda falta a segunda volta da Champions.
E deixo uma nota para esse mesmo culé e todos os outros que o seguiam na linha de pensamento:
De todas a coisas que o futebol tem há uma em particular que não mudou ao longo destes anos todos e é o simples facto de: "Ganha a equipa que marca mais golos!" ao que se deve acrescentar na baliza oposta, obviamente!
Para o mesmo culé que me olhava de forma estranha com muito sarcasmo quando lhe dizia, desta vez sobre política e finanças:
Prepara-te que Espanha vai passar um mau bocado, porque os indicadores económicos e financeiros são bem piores que os portugueses!
Parece que não me enganei, e embora a procissão ainda vá no adro ( o Real Madrid ainda não ganhou a liga e Espanha ainda não chegou à miséria que atravessa Portugal), "ambos os dois" vão no bom caminho.
Deixo o genial texto sobre futebol para esclarecer os menos esclarecidos:
Faltou o quase...
Eu não gosto de futebol,nunca gostei e acho que com esta idade já não me nasce o amor ao chamado "desporto rei". pode ser o mais excitante dos desportos,o que mais multidões arrasta mas também é de certeza o que mais dissabores causa,mais brigas provoca e mais violência cria! ora aqui nesta zona da península o futebol ocupa bastante tempo nos noticiários o que a mim me leva a trocar imediatamente de canal porque prezo muito a minha sanidade mental. mas de vez em quando, meu esposo é acometido de um súbito interesse futebolístico e lá tenho de ouvir os comentários sempre altamente eloquentes das gentes futeboleiras. de todos os discursos recorrentes no mundo do futebol aquele que eu mais gosto é o dos perdedores que conseguem fazer ressaltar as suas qualidades e fazem-no tão bem que no final de tanta conversa quase nos convencem que eles é que ganharam. afirmações do género: "tivemos mais posse de bola","rematámos mais vezes à baliza adversária","tivemos pouca sorte" e o famosíssimo"a culpa foi do árbitro". ora eu que sempre fui aluna fraca a educação física ainda consegui aprender qualquer coisa. aprendi por exemplo que quando se joga futebol, para ganhar tem se marcar mais golos do que a equipa adversária. ou seja, ter mais posse de bola não dá pontos, rematar à baliza do adversário também não e a falta de sorte ainda não é desculpa para repetir jogos em dias em que os astros estão em posição mais favorável. no futebol ou se marca golo ou não se marca. o quase não vale nada,não se pode ir marcando por aproximação. não há meio termo num jogo, ou se ganha ou se perde. quase ganhar não vale de nada. e é assim em quase tudo na vida. imaginem as eleições para o governo. o partido que fica em segundo lugar não tem direito a governar uma vez por mês. ou na escola, por mais que os alunos insistam com os pais que um nove é quase um dez, a verdade é que um nove é um nove. com nove chumba-se e com dez passa-se. em muitas coisas na vida o quase não é suficiente.
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