segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Deprimente

Haverá coisa mais parva de que uma despedida de solteira? Pode haver, mas assim de repente não me lembro de nenhuma. Se há coisas que me põem de bom humor e com vontade de fugir ao mesmo tempo é uma despedida de solteira. Não há forma mais deprimente que, num grupo de fêmeas com um véu na cabeça, em que a noiva é identificada por levar um piço de borracha, mostrar aos outros que se vai casar.


Quer dizer há formas mais deprimentes, mas no top 10, esta está entre as 2 primeiras. Ao mesmo tempo que nutro um fascínio mórbido por este deprimente show, também não deixo de sentir um pouco de repulsa por todo aquele aparato. Chamem-me machista, misógeno, o que quiserem, mas não consigo achar piada nenhuma a uma gaja aos gritos com um véu e um piço de borracha na cabeça a chorar e agarrar-se às amigas a dizer que vão ser amigas para sempre (desde que o “sempre” seja até uma delas se meter na cama com o marido da recém casada ou a recém casada se enrolar com o instrutor de mergulho na lua de mel, mas isto já é deitar-me a adivinhar...)



 No sábado passado andavam umas parvinhas de umas italianas nestes propósitos, no meio da Rambla, o que me leva a pensar que isto será mais uma coisa genética que cultural. Se um italiano já é um ser que nasce com o controlo de volume avariado, pior se for uma fêmea com véu cor de rosa seguida das outras amigas.



Há também a versão chique que eu vi na televisão em que a Carolina Patrocínio estava a organizar a despedida de solteira da irmã e aí percebi que é bem melhor andar na rua de véu e piço de borracha na cabeça, bêbada, e a partirem bolos fálicos nos restaurantes acabando a noite numa casa de strip agarradas a um tipo musculado e oleado desejando que os futuros maridos tivessem esse corpo.

É sabido que eu gosto de espetáculos deprimentes, decadentes, bizarros, e este é mais um, pode ser interessante mas visto a uma distância segura, se somos sugados para aquele vórtice de estrogéneo e histeria nunca se sabe como vamos acabar. Depois não digam que eu não avisei.

Sem comentários:

Enviar um comentário